quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Sai lista de instituições selecionadas para desenvolver projetos de inovação

Dez instituições de pesquisa tecnológica foram credenciadas no primeiro processo seletivo promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A lista dos selecionados foi divulgada na última segunda-feira (18).

Foram credenciados o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Fundação CPqD, a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Laboratório de Metalurgia Física da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Laboratório de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros (ISI), o Centro de Energia Elétrica e Informática da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).

Para se habilitar ao credenciamento, as instituições tiveram que apresentar planos de ação e comprovar experiência tanto no desenvolvimento como na realização de projetos com recursos privados. Na avaliação da Embrapii, as dez instituições de pesquisa selecionadas têm nível de excelência. Elas se somarão às três unidades de pesquisa tecnológica que integram o projeto piloto da empresa. São elas: Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), de São Paulo; o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), do Rio de Janeiro; e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Cimatec/Senai), da Bahia.

Os projetos que serão desenvolvidos pelas 13 instituições atingem R$ 1,78 bilhão. Desse total, R$ 449,6 milhões serão aportados pela Embrapii.

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, considerou o programa um incentivo ao desenvolvimento de inovações . “A Coppe poderá contribuir para avanços tecnológicos que levem o Brasil a usufruir do petróleo do pré-sal”, destacou. A expectativa é que os recursos comecem a ser liberados nos próximos meses.

Resultado de parceria dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) visa a fomentar projetos de inovação em processos e produtos que sejam desenvolvidos em parceria entre empresas e instituições de pesquisa tecnológica. A Embrapii financia com recursos não reembolsáveis parte significativa destes projetos.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 10 de agosto de 2014

Erros de engenharia na Boate Kiss

O incêndio que deixou 235 mortos, até a atual data (31/01/13), na madrugada de domingo 27 de janeiro em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, acabou por revelar os defeitos da estrutura que existiam na boate Kiss, onde aconteceu o ocorrido. A avaliação feita por Ivan Ricardo Fernandes, engenheiro civil e capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná, indica que a casa noturna não estava regulamentada nas normas básicas de segurança contra incêndios, como capacidade de lotação e número suficiente de saídas de emergência.

A estimativa de segurança apropriada foi baseada na lotação atual do ocorrido, após análise de imagens e relatos de testemunhas. Famosa por abrigar festas universitárias, a casa noturna informava poder abrigar até 2 mil pessoas. Mas em seu primeiro alvará a boate indicava a capacidade máxima de apenas 691 pessoas.

Uso de artefatos pirotécnicos.

Produtor musical da banda, disse ter deixado preparados, nas laterais do palco, dois “fogos gelados”. Um tipo de fogos que não queimam, próprio para ser usado em locais fechados, mas como ocorreu um incêndio acreditasse que os fogos usados no show eram os mais baratos.

O produtor da banda Gurizada Fandangueira foi quem comprou os fogos de artifícios usados pela banda na noite do incêndio. Em depoimento à polícia, ele admitiu que o grupo não tinha autorização para utilizá-los, contou como funcionavam os fogos e disse que chegou a tentar apagar o início do incêndio com uma garrafa d’água.

Saídas de Emergência.

Considerando os padrões exigidos pela ABNT, a largura total das saídas da boate Kiss deveria, considerando sua estrutura, ter pelo menos 7 metros. Porém, segundo testemunhas, entretanto, só havia uma porta de 2 metros de largura, que servia de entrada e saída do público.

De acordo com os bombeiros para um estabelecimento com uma única saída de 2 metros a capacidade máxima seria de 400 pessoas. Mesmo assim comenta por ser uma casa noturna, a boate Kiss deveria ter, pelo menos, duas saídas de emergência.

A partir das imagens da boate, só haveria uma rota de fuga, que era a própria porta de entrada e saída. Ainda com base nas normas da ABNT, a distância máxima a ser percorrida de qualquer lugar do estabelecimento até a saída não poderia exceder 30 metros.

A boate possuía duas “portas de saída”, mas essas davam para um hall que levava a única porta que funcionava como entrada e saída da boate.

Extintores

Testemunhas relataram que alguns seguranças tentaram apagar as chamas no teto da boate com extintores e que os equipamentos não funcionaram. Um segurança e o vocalista da banda tentaram operar o equipamento, que falhou. A boate sustenta que contava com “todos os equipamentos previsíveis e necessários para o sistema de proteção e combate contra o incêndio”. O delegado Marcelo Arigony disse que os extintores poderiam ser falsos.

Espuma de isolamento acústico.

A espuma de isolamento acústico usada na boate era de poliuretano. Ela foi fixada no teto da boate em julho do ano passado, portanto, depois da última vistoria dos bombeiros. O advogado de Kiko Spohr, um dos sócios da boate, disse que seu cliente não tinha conhecimento técnico sobre o assunto e contratou uma empresa de engenharia para planejar e executar a obra de adequação acústica.

A espuma de poliuretano ao entrar em combustão ela libera ácido cianídrico, um gás altamente venenoso, utilizado no holocausto e nas câmaras de gás para execução de prisioneiros em alguns estados dos Estados Unidos.

O ácido cianídrico combina-se com a hemoglobina, bloqueando o transporte de oxigênio e consequentemente a respiração celular. Ele demora de 3 a 4 minutos para fazer efeito no organismo humano.


Alvarás:

Conforme Decreto 49.969/08, todos os locais de reunião, considerando todos os recintos fechados destinados a reuniões públicas, com lotação igual ou superior a 250 (duzentos e cinquenta) pessoas, tais como teatros, auditórios para conferências, salões para bailes ou danças, boates, casas noturnas, clubes e similares deverão requerer o Alvará de Funcionamento de Local de Reunião.

A prefeitura de Santa Maria afirma que a sua responsabilidade era apenas sobre o alvará de localização. Segundo o prefeito Cezar Schirmer, o que estava vencido era o alvará de prevenção e proteção contra incêndio, que é fornecido pelos Bombeiros. O major Gerson Pereira disse que a corporação “fez tudo o que estava ao alcance”. A boate sustenta que a situação estava regular, pois já havia pedido a renovação.

Portanto:

A boate desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas como a instalação de uma segunda porta, de emergência. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.

Fonte: Engenharia É



sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Alpha 2 do Ubuntu 14.10 é lançado

Ele e seus derivados foram disponibilizados junto com o lançamento da segunda ISO de desenvolvimento do Ubuntu MATE.

Na semana passada, foi lançado o alpha 2 do Ubuntu 14.10 Utopic Unicorn, a próxima versão do sistema da Canonical. Ele e seus derivados foram disponibilizados junto com o lançamento da segunda ISO de desenvolvimento do Ubuntu MATE.

O Kubuntu 14.10 Utopic Alpha 2 atualiza o desktop KDE para a versão Beta 4.14, e os desenvolvedores também estão trabalhando no desenvolvimento na nova ISO do novo Kubuntu Plasma 5 (não oficial), que inclui uma versão estável do plasma e do KDE Frameworks 5 5.

O Ubuntu GNOME 14.10 Utopic Alpha 2 traz correções de vários bugs encontrados com a migração no GNOME 3.12, e foram introduzidos o GNOME Weather e o GNOME Maps por padrão.

Já o Ubuntu Kylin 14.10 Utopic Alpha 2 traz a nova versão 0.3.2 do Kylin Ubuntu Software Center, e também faz a sua estreia o aplicativo WizNote, a nova ferramenta para criar e gerenciar notas.

Xubuntu e Lubuntu 14.10 Utopic Alpha 2 são apenas atualizações e trazem várias correções de bugs. Entre as novidades estão o Parole 0.7.0 e a nova versão 4.11.2 do gerenciador de janelas Xfwm4.

Entre as atualizações desse Alpha estão Linux Kernel 3.16, Firefox e Thunderbird 31, X.org 1.15.1 e Mesa 10.2.3.

Fonte: iMasters

domingo, 3 de agosto de 2014

Carta aberta de Roger Waters (Pink Floyd) sobre a Palestina (2013)

Carta aberta de Roger Waters (Pink Floyd) sobre a Palestina

Em 1980, uma canção que escrevi, Another Brick in the Wall (Part 2), foi proibida pelo governo da África do Sul porque estava sendo usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o seu direito a uma educação igualitária. Esse governo de apartheid impôs um bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a minha.

Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005, crianças palestinas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas cantavam: “Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!” Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o que elas cantavam.

Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para atuar em Telavive.

Palestinos do movimento de boicote acadêmico e cultural a Israel exortaram-me a reconsiderar. Eu já tinha me manifestado contra o muro, mas não tinha a certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores palestinos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestino ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão. Eu concordei.

Sob a protecção das Nações Unidas, visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinos, com os subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino dos palestinos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro, naquele dia: “Não precisamos do controle das ideias”.

Tomando nesse momento consciência que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar involuntariamente a opressão que estava a testemunhar, cancelei o concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintinhos e também, admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.

Contra todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos palestinos que vivem em Israel.

Infelizmente, nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu, inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.

Aprendi nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor palestino tem de ver oliveiras centenárias ser arrancadas. Significa que um estudante palestino não pode ir para a escola porque o checkpoint está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos de estrada. Significa que um artista palestino não pode viajar ao estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num festival internacional.

Para a população de Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente. Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.

Na minha opinião, o controle repugnante e draconiano que Israel exerce sobre os palestinos de Gaza cercados e os palestinos da Cisjordânia ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos direitos dos refugiados de regressar às suas casas em Israel, exige que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os palestinos na sua resistência civil, não violenta.

Onde os governos se recusam a atuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito necessitada ajuda humanitária.

Para mim, isso significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos, juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos exigidos na lei internacional.

1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;

2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel em plena igualdade; e

3. Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na resolução 194 da ONU.

A minha convicção nasceu da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A minha posição não é anti-semita. Isto não é um ataque ao povo de Israel. Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote cultural.

Os artistas tiveram razão de recusar-se a atuar na estação de Sun City na África do Sul até que o apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E nós temos razão de recusar atuar em Israel até que venha o dia – e esse dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinos vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que todos eles merecem.

Roger Waters

Fonte: A Verdade