sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O analfabetismo científico no Brasil

Diante do mau resultado brasileiro no Pisa, educadores propõem soluções para melhorar desempenho de crianças e jovens em ciências

O Brasil sofre de analfabetismo científico. A avaliação é de educadores brasileiros que afirmam: nossas crianças não se interessam por ciência e a razão disso está num ensino fundamental deficiente e desinteressante, com professores mal preparados e condições inadequadas de infraestrutura. Eles alertam para o fato de a ciência não fazer parte do cotidiano das pessoas. A análise foi motivada pelo resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, que revelou o mau desempenho dos alunos brasileiros nas provas de matemática, leitura e ciências. O pior resultado do país foi o 59º lugar em ciências em um ranking de 65 países.

Pensando em respostas práticas para melhorar nossa performance, o professor sênior do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Luís Carlos de Menezes, aposta numa educação mais eficaz não só como preparação para exames. "Isso não se deve resumir ao ensino das ciências, mas a modificações profundas em todos os componentes de instrução", enfatiza.

Menezes, que atua na área de formação de professores, acredita que uma educação melhor depende de várias transformações que levem, por exemplo, a escola a ser um espaço de produção cultural, com práticas que envolvam a participação ativa e propositiva dos estudantes.

De acordo com o professor da USP, as transformações necessárias não se fazem sem recursos materiais e humanos e dependem de efetiva vontade política. "A formação de professores não deve estar restrita a aulas em faculdades, mas a práticas docentes supervisionadas nas escolas. E a ciência e tecnologia devem ser tratadas com atualidade e envolvimento criativo, não com ouvir falar de descobertas dos outros", opina.

Física também é cultura - Para Nelson Pretto, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Secretário Regional da SBPC/BA, também está na política, parte da solução. "Precisamos de uma política de implantação massiva e universal de museus, planetários, hackers labs, fab labs, espaços coletivos associados com a escola, onde a meninada possa criar e claro, tudo isso fortemente articulado com a cultura, pois como já dizia João Zanetic, professor de Física da USP, em sua tese de doutorado, "Física também é cultura", afirma.

Os hackers labs, a que se refere Pretto, são assim denominados com base na Hackers Lab - empresa criada na década de 90, na Coréia do Sul, que passou a contratar jovens hackers que antes eram investigados por cyber-crimes. Esta empresa assessorava outras companhias em questões de segurança de rede e com soluções informatizadas. Já um fab lab (do inglês fabrication laboratory) é uma espécie de oficina para fabricação de produtos tecnológicos.

Com esses exemplos Nelson Pretto chama a atenção para a forma como o conhecimento deve ser transmitido. "A questão fundamental é não achar que a formação científica seja apenas de forma escolarizada, ou seja, não basta que a juventude tenha aulas de ciências. Os conteúdos formais são importantes, mas não são as únicas coisas importantes. Fazer com que os jovens tenham gosto pelos fenômenos da natureza, pela criação e não apenas pelo consumo de informação científica", argumenta.

Popularização da ciência - Uma pesquisa realizada em 2010 pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre a percepção pública da Ciência e Tecnologia no Brasil mostrou que a população brasileira não conhece os seus próprios cientistas e muito menos, a ciência e tecnologia aqui produzidas. A enquete demonstrou também que a maioria dos entrevistados não frequenta espaços científicos e culturais, como museus, zoológicos, jardim botânicos e bibliotecas.

Para Isaac Roitman, professor emérito e coordenador do Núcleo do Futuro (UnB), para reverter essa vergonhosa posição no PISA é preciso que haja uma inflexão da divulgação e a popularização da ciência e que o público alvo sejam as crianças, adolescentes e adultos. "A ciência deve ser matéria diária nos vários veículos da mídia: jornais, revistas, rádio, televisão, web, etc. Essas matérias devem abordar desde a história da ciência, as grandes descobertas científicas e mostrar a aplicação dos resultados das descobertas no cotidiano da vida de cada um", destaca.

De acordo com ele, não menos importante é a educação científica que pode ser perfeitamente iniciada na faixa etária de dois e três anos. Nessa idade as crianças são curiosas e, portanto ávidas e motivadas para a iniciação científica. "As nossas crianças não são atraídas para a carreira científica por várias razões. A primeira é que na maioria dos lares brasileiros a ciência não faz parte do cotidiano e certamente o analfabetismo científico é bem maior que o analfabetismo das letras", conclui Roitman.

Para os educadores, a promoção de feiras de ciências e olimpíadas com a participação de crianças e jovens também devem ser estimuladas. Na opinião do astrônomo João Batista Garcia Canalle, coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para os estudantes terem motivação em aprender é necessária a experimentação. "Quando o educador provê uma demonstração de maneira prática, ou seja, uma atividade lúdica que vai além do quadro negro, os jovens prestam mais atenção. Nosso ensino é puramente livresco. O docente não sabe passar o conteúdo com ajuda de laboratórios quando os tem. Não sabe improvisar um experimento ou demonstração", avalia.

Segundo Canalle, as olimpíadas científicas vêm mostrando aos professores que há muito de experimental e prático. "E isso tudo pode ser explorado em sala de aula, desde que se conheça, com certa profundidade, os conteúdos a serem ensinados. Essas iniciativas tentam levar para os professores conhecimentos, técnicas de ensino e informações. Torna assim a aprendizagem demonstrativa e divertida" enfatiza o astrônomo.

Fonte: (Edna Ferreira / Jornal da Ciência)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Juiz dos EUA decide contra escutas da NSA

Corte determinou que o programa de vigilância viola a privacidade dos cidadaos Um juiz americano determinou nesta segunda-feira (16) que o programa de vigilância da Agencia de Segurança Nacional (NSA, sigla em ingles) viola a privacidade dos cidadaos e a quarta emenda da Constituiçao dos Estados Unidos.

A decisao emitida pela Corte do Distrito de Washington está pendente de apelaçao, mas caso seja confirmada, pode impedir a agencia de espionagem de recopilar indiscriminadamente dados telefônicos de milhoes de usuários.

O juiz Ricard Leon qualificou a compilaçao de dados em grande escala de "atentado r vida privada". "É evidente que semelhante programa viola" os valores defendidos pela quarta emenda da Constituiçao americana relativa r privacidade, destacou Leon.

Os denunciantes, Larry Klayman e Charles Strange, levaram o caso r Justiça após os vazamentos de informaçoes por parte do ex-analista de Inteligencia Eduard Snowden sobre o programa da NSA.

A decisao impede o governo de recolher dados de e-mails e telefones de Klayman e Strange, e determina a destruiçao das informaçoes já obtidas sobre os dois.

As revelaçoes do ex-consultor de Inteligencia Edward Snowden sobre o programa da NSA para monitorar bilhoes de telefonemas e e-mails em todo o mundo provocaram uma onda de protestos.

Na sexta-feira, o grupo de estudo encarregado de investigar as práticas de espionagem da NSA entregou seu relatório ao presidente dos EUA, Barack Obama, no qual faz várias recomendaçoes para proteger a privacidade.

Entre as medidas recomendadas está a supervisao direta da Casa Branca sobre a lista dos líderes estrangeiros cujas comunicaçoes sao vigiadas, uma consequencia direta do escândalo diplomático provocado pela revelaçao dos "grampos" contra a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alema, Angela Merkel.

Fonte: Jornal do Commércio (PE)

Microsoft perde engenheiro chefe para o Google

Na luta por talentos de engenharia, o Google marcou mais um ponto sobre a Microsoft com a contratação de Blaise Agüera y Arcas, antigo chefe de desenvolvimento do Bing Maps e do software Photosynth. A notícia da saída de Agüera da Microsoft foi anunciada em reportagem do New York Times, e reverberou pela comunidade de tecnologia.

Agüera era um engenheiro respeitado dentro da gigante fundada por Bill Gates, e entrou para o time em 2006, quando sua startup Seadragon foi adquirida pela Microsoft. Ele trabalhou nas divisões de computação vestível, interfaces naturais e realidade aumentada.

"Por um lado, claro que a notícia é extremamente empolgante", escreveu Agüera em seu blog. "O Google tem grandes ambições e pessoas brilhantes. Por outro, é muito difícil se desapegar emocionalmente da Microsoft."

O engenheiro descreve a decisão como a "mais difícil de sua vida".

"A liderança da companhia foi muito boa comigo nos últimos oito anos, e esse foi um período preenchido com criatividade, crescimento e bons amigos", escreve Agüera. "É doloroso deixar para trás tantos projetos em andamento, e um time tão grandioso."

Segundo a reportagem do Times, o engenheiro trabalhará com a divisão de aprendizado autônomo do Google.

Fonte: Info Online


sábado, 14 de dezembro de 2013

USP e Microsoft criam Centro de estudos de Tecnologia

A Universidade de São Paulo (USP) e a Microsoft assinaram um convênio para a criação de um Centro de Estudos de Tecnologia e Sociedade. A parceria prevê um investimento total de US$ 720 mil por parte da Microsoft no período de 2013 a 2015 e é a primeira iniciativa dessa natureza firmada pela empresa na América Latina, com o objetivo de estimular a pesquisa local sobre temas relevantes na área de tecnologia e com impacto na sociedade.

O Centro terá caráter multidisciplinar, envolvendo áreas como direito, economia, tecnologia da informação (TI) e ciências da computação. O objetivo principal é produzir estudos sobre temas como o impacto da computação em nuvem nas pequenas e médias empresas, a proteção da propriedade intelectual no segmento de software, a privacidade e a proteção de dados no ambiente digital, entre outros assuntos.

O espaço também nasce com a vocação de promover eventos internacionais, fortalecendo o intercâmbio de conhecimento entre acadêmicos de diversos países, principalmente do México e da Índia, tradicional polo de desenvolvimento de softwares. O acordo para a criação do Centro foi assinado pelo reitor da USP, João Grandino Rodas, e pelo diretor de assuntos corporativos da Microsoft Brasil, Rodolfo Fücher.

"A criação deste Centro é muito importante, porque a Universidade precisa juntar a teoria e a prática também, com o apoio de empresas", destacou Rodas. A coordenação e a administração do Centro será feita pela USP, sem qualquer interferência da Microsoft em metodologias e conclusões das pesquisas realizadas, garantindo total independência acadêmica. O investimento da Microsoft, o terceiro maior desse tipo já realizado no mundo, será usado para a gestão do espaço.

"Hoje o ritmo da inovação é cada vez mais rápido, por isso a Microsoft está entusiasmada em concretizar essa parceria com a USP. Esse centro irá estimular que alunos e professores desenvolvem estudos e papers sobre temas relevantes para o País e, certamente, será referência para a sociedade avançar em áreas que colaboram para o desenvolvimento e competividade nacional", disse Rodolfo Fucher, diretor de assuntos corporativos da Microsoft Brasil.

Além da parceria com a USP, a Microsoft firmou recentemente outros convênios que aproximam a empresa do universo de pesquisa acadêmica. Um deles foi na China, com a Universidade de Tsinghua. O acordo prevê um investimento de US$ 1 milhão da Microsoft. Outra parceria importante foi fechada com a Universidade de Washington para a criação de um laboratório que une as áreas de direito e tecnologia, estabelecendo diretrizes para advogados e legisladores especializados no tema. O aporte inicial foi de US$ 1,7 milhão.

Fonte: Convergência Digital

Cientistas da Transilvânia criam "sangue artificial universal"

Ratos tratados com o sangue artificial não apresentaram nenhum efeito colateral

Pesquisadores da Transilvânia, na Romênia, anunciaram recentemente a criação do primeiro "sangue artificial" que promete compatibilidade completa com qualquer organismo, sem efeitos colaterais mortíferos.

O pulo do gato é o seguinte: em vez da hemoglobina do sangue nosso de cada dia, esse novo sangue conta com a hemeritrina. Essa proteína, extraída de vermes marinhos, é então misturada com água e sais para consumar a invenção, que deve ajudar médicos a reduzir os índices de infecção das doações de sangue.

Em entrevista ao jornal romeno Descopera, o Dr. Radu Silaghi-Dumitrescu confirmou que ratos tratados com o sangue artificial não apresentaram nenhum efeito colateral, mas disse que a reação dos animais precisa ser observada por mais tempo antes de começarem os testes em humanos, previstos para ocorrer nos próximos dois anos.

Assim como a hemoglobina, a hemeretrina transporta oxigênio, sendo encontrada apenas em invertebrados. Uma das diferenças que pode causar estranhamento está na cor: em vez de vermelho, o sangue feito com hemeretrina é de um amarelo translúcido, que lembra a urina. Os pesquisadores garantem que "pintar" o sangue de outra cor não será um problema.

É justamente a hemeretrina, segundo os cientistas, que permite ao sangue artificial se adequar tão bem a qualquer organismo, já que ela resiste melhor ao procedimento.

Silaghi-Dumitrescu, cujo time vem trabalhando neste projeto há seis anos, espera que seu produto contribua para a criação de um "sangue instantâneo", que funcionaria como os sucos de pó: basta adicionar água, e você teria sangue pronto para o - digamos -consumo.

Fonte: Zero Hora


domingo, 8 de dezembro de 2013

FBI é capaz de ativar webcams para espionar usuários desavisados

O FBI desenvolveu técnicas avançadas de vigilância que lhe dão o poder de ativar secretamente webcams para espionar os proprietários de computador desavisados.

A tecnologia G-men pode ligar remotamente câmeras que transmitem imagens em tempo real para os investigadores - sem acionar a luz que mostra que a câmera está em uso, de acordo com o The Washington Post.

Ainda segundo a reportagem, o FBI consegue invadir o computador de um suspeito e fazer o download de arquivos, fotos e e-mails armazenados.

O FBI tem tido a capacidade de esgueirar-se em webcams dos computadores há vários anos, disse um ex-funcionário da agência ao Washington Post. A fonte do jornal disse que o FBI tem usado a sua ferramenta , principalmente, contra o terrorismo e nas investigações "mais graves.''

Fonte: As informações são do New York Post