Criado como uma alternativa ao domínio do Android, do Google, e do iOS, da Apple, no mundo dos smartphones, o sistema operacional Firefox OS, vai aos poucos ganhando apoio de operadoras e fabricantes.
Durante o Mobile World Congress (MWC), que vai até quinta-feira em Barcelona, a Fundação Mozilla, dona do navegador de internet homônimo e do Firefox OS, mostrou mais sete novos aparelhos que serão lançados com o sistema em 2014. Os modelos se juntarão a outros três que chegaram ao mercado no segundo semestre do ano passado. A chinesa Spreadtrum, que faz projetos de dispositivos no modelo de produção sob encomenda, apresentou um modelo que poderá ser vendido por US$ 25. Um quarto do patamar atual, de US$ 100.
Além de novas opções de produtos, o Firefox OS também terá sua distribuição ampliada neste ano. As operadoras Telefónica e Deutsche Telekom vão levar o sistema para mais 12 países. Com isso, ele estará disponível em 27 mercados, por meio de 21 operadoras.
A expectativa de empresa de pesquisa IDC é que o Firefox OS tenha um crescimento de seis vezes no volume de produtos colocados no mercado neste ano. Por se tratar de um sistema ainda muito novo, a participação do Firefox OS ainda é pequena em termos globais. Mas tem ganhado espaço. Na Venezuela e na Colômbia, por exemplo, já representa 9% e 12% do mercado, respectivamente.
"O ano de 2014 será o momento de ganhar escala, levar o sistema para o máximo de pessoas que pudermos", disse ao Valor, Andreas Gal, vice-presidente de mobilidade da Fundação Mozilla. Gal diz que não há meta específica de crescimento para o sistema. "Somos uma Fundação, não temos que dar satisfação a acionistas a cada três meses", disse. "Nosso objetivo é trazer uma opção para o mundo da mobilidade, assim como fizemos com os navegadores".
A Fundação Mozilla foi criada há cerca de 15 anos como antítese ao modelo de software proprietário da Microsoft, o navegador Internet Explorer, que por anos dominou o mercado. Apesar dos esforços, o Firefox nunca chegou a ter uma participação significativa do mercado. Sua proposta, no entanto, abriu caminho para que o Google lançasse o Chrome, que em 2012, tomou a liderança do mercado de navegadores.
Para Gal, o mundo da mobilidade precisa passar por uma mudança semelhante. "A liderança do Android e do iOS é uma situação momentânea porque não há uma alternativa aberta no mercado. Hoje esses sistemas têm algumas opções para os internautas, mas isso não é nada frente ao que existe na web como um todo", disse ele. "A gente pode se encontrar daqui uns 10 anos e olhar para trás. Tenho certeza que o cenário será outro".
Fonte: ABINEE